(Hom.2 de laudibus sancti Pauli: PG 50, 447-480) (Séc IV)
Por Amor de Cristo, Paulo tudo suportou

Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os assaltos. E em toda a parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e da graças a Deus, dizendo: " Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar" (2Cor 2,14). Por isso, corria ao encontro das humilhações e das ofensas que suportava por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar prazer e as honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pela vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma só coisa o amedrontava e fazia temer: ofender a Deus. e uma única coisa desejava: agradar a Deus.
Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos. com este amor preferia ser o último de todos, isto é, ser contado entre os réprobos, do que encontrar-se no meio de homens famosos pela consideração e pela honra, mais privados do amor de Cristo.
Para ele, o airo e único tormento consistia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e o intolerável suplício.
Em compensação gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por triste ou alegre. de tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável.
Não se importava com as coisas que admiramos, como se costumam desprezar a erva apodrecida Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos.
Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário